Tempo estimado de leitura: 5 minutos
- Compreenda os comportamentos compulsivos em sua origem
- Aprenda um método transformador de cinco passos
- Desenvolva habilidades para reeducar sua mente
- Recrie sua vida e suas relações familiares
- Adote uma abordagem de empatia e compreensão
Sumário
Como Superar Comportamentos Compulsivos: Um Método Transformador de Cinco Passos Para Pais e Famílias
Você já teve a sensação incômoda de não conseguir parar de fazer algo que não gosta, mesmo sabendo que isso lhe causa prejuízos? Talvez você se veja descontroladamente comprando online, comendo de maneira sempre exagerada, ou simplesmente mergulhando constantemente em redes sociais, mesmo quando prometeu mil vezes parar.
Como pais, mães e educadores, enfrentamos diariamente desafios que afetam diretamente nosso bem-estar emocional e psicológico, bem como o dos nossos filhos.
Como especialista em educação familiar, já presenciei inúmeras vezes pais dizendo sentir vergonha ou culpa por repetirem padrões compulsivos sem saber parar. Seja no excesso de telas, vícios mais sérios ou comportamentos obsessivos, a verdade é que compulsões e vícios derivam de circuitos cerebrais que aprenderam a falsear a realidade — são mapas mentais antigos e errôneos gravados em nosso sistema desde a infância, geralmente pela privação emocional ou pelo trauma.
Mas existe uma boa notícia: é possível reeducar nossa mente.
Quero apresentar a você hoje um método poderoso, desenvolvido e adaptado pelo renomado Dr. Jeffrey Schwartz, que originalmente criou o método de quatro passos para transtornos como TOC e vícios. Especialmente para as famílias que acompanho, acrescentei com sucesso um quinto passo crucial: a Recriação.
Vamos juntos explorar isso?
Passo 1: RENOMEAR (Enxergar o problema com clareza)
Quando enfrentamos compulsões, pensamos rapidamente: “Preciso disso agora!”. Seu cérebro age como se a satisfação imediata fosse uma necessidade real e urgente. A renomeação sugere outra abordagem — identificar estes impulsos exatamente como o que são: meros pensamentos errôneos e automáticos.
Por exemplo, pense na situação cotidiana do chocolate ou da compra online impulsiva. Ao invés de dizer “eu preciso disso agora”, diga conscientemente: “Meu cérebro está produzindo um pensamento compulsivo errado. Não há urgência real nisso”. Ao fazer isso, trazemos à tona o que Adam Smith chamava de “espectador imparcial”, criando uma distância segura entre nós e este impulso falso.
Passo 2: REATRIBUIR (Entender a fonte do problema)
Nesta etapa, é importante entender claramente a origem destes impulsos — eles não definem você como pessoa ou pai/mãe, não surgem de falhas morais, mas de velhos circuitos cerebrais desregulados. A culpa não é sua, mas a responsabilidade da mudança sim.
A reatribuição lembra gentilmente: “Ei, esse desejo forte está aqui porque meu cérebro aprendeu isso em algum momento difícil da minha infância ou juventude. Não tem nada a ver com caráter ou força de vontade. É apenas uma configuração equivocada.”
Entende como essa visão pode trazer grande alívio e empatia consigo mesmo? É como escutar um velho disco riscado como fundo do seu cérebro dizendo: “Ligue agora o celular, abra o TikTok”, e você calmamente responde: “Isso é só um ruído antigo, não preciso seguir isso hoje”.
Passo 3: REDIRECIONAR A ATENÇÃO (Trocar a compulsão por uma ação construtiva)
Este passo é muito importante porque a compulsão passa, ela diminui naturalmente em cerca de 15 minutos se você conseguir não agir nela. Redirecione seu cérebro para outras atividades simples, relaxantes ou prazerosas por ao menos 15 minutos.
Gosta de ouvir música, caminhar, escrever num diário, organizar gavetas ou apenas tomar um bom banho? Escolha algo simples para distrair sua mente até a compulsão passar. Felicite-se até mesmo por pequenas vitórias (conseguiu 5 minutos hoje? ótimo, amanhã tenta 6!).
Passo 4: REAVALIAR (Reconhecer honestamente o impacto do vício ou compulsão)
Aqui entra a etapa essencial de enxergar claramente o custo real que o vício ou compulsão traz para sua vida e família. Pergunte-se de forma honesta e constante: “O que isso me trouxe realmente até agora?” “Que prejuízos emocionais, financeiros, relacionais este hábito compulsivo já me trouxe?” Será que vale mesmo o preço?
É equilíbrio amoroso entre consciência e compaixão por si mesmo. Avaliar claramente e frequentemente seu cenário ajuda seu cérebro a se reorganizar para evitar escolhas destrutivas com mais facilidade futuramente.
Meu Quinto Passo: RECRIAR (O Poder Pessoal de Construir uma Vida Nova)
Propus o quinto passo, chamado de Recriação, porque tenho visto não apenas resultados excelentes, mas essenciais na recuperação emocional e familiar completa. Depois que entendemos nosso circuito errôneo, podemos “recriar-nos”.
Faça perguntas poderosas: “Quem eu quero ser como pai ou mãe?”, “Que exemplo desejo oferecer aos meus filhos?”. Escreva essas respostas. Capacite-se diariamente com novos hábitos criativos e terapêuticos. Você precisa se conectar com sua criatividade e paixão pessoal para substituir a ausência emocional que sustenta a compulsão.
Para mim, como alguém que trabalha diariamente com famílias, escrever foi minha forma de recriação pessoal. Permitiu-me perceber claramente quem eu queria ser além dos hábitos compulsivos ocasionais.
Mas e você?
Talvez queira desenhar, cozinhar, criar novos projetos familiares, musicalizar o ambiente em casa ou simplesmente reservar um momento diário para brincar de verdade com seus filhos, se reconectar com eles, olhando nos olhos sem distrações digitais, sem ruídos.
Um lembrete acolhedor para você:
E se falhar? Aí existe a beleza calma deste método: errar não desconstrói seu progresso. Lembre-se disso. O vício e a compulsão tendem a retornar — é natural e até esperado (infelizmente). Anticipe com tranquilidade, aceite suas recaídas. Elas não significam que você falhou, mas simplesmente que você é um ser humano em processo de aprendizado.
O sucesso real não é não errar, mas sempre renomear, reatribuir, redirecionar, reavaliar e, finalmente, recriar tudo de novo.
Conclusão e convite à ação:
Que tal começar hoje mesmo seu diário de cinco passos? Encontre um lugar confortável, anote esses passos, e leve esse caderninho simpático com você. Isso pode transformar sua vida familiar e o ambiente emocional dentro do seu lar.
Gostaria muito que compartilhasse suas impressões comigo aqui nos comentários. Quais desses passos te parece mais útil agora? O que você vai recriar em sua vida?
Lembre-se: Você tem total capacidade de reeducar seu cérebro e suas emoções. Um passo consciente e acolhedor por vez.
FAQ
Pergunta 1: Este método pode ser aplicado a qualquer tipo de vício?
Resposta: Sim, o método é flexível e pode ser adaptado a diversos comportamentos compulsivos.
Resposta: Sim, o método é flexível e pode ser adaptado a diversos comportamentos compulsivos.
Pergunta 2: Como posso saber se um comportamento é compulsivo?
Resposta: Se você sente que não consegue controlar um impulso e isso está causando prejuízos à sua vida, pode ser um sinal de comportamento compulsivo.
Resposta: Se você sente que não consegue controlar um impulso e isso está causando prejuízos à sua vida, pode ser um sinal de comportamento compulsivo.
Pergunta 3: O que fazer se não consigo seguir os passos?
Resposta: É normal encontrar dificuldades. Tente ser gentil consigo mesmo e busque apoio, se necessário.
Resposta: É normal encontrar dificuldades. Tente ser gentil consigo mesmo e busque apoio, se necessário.
Fontes importantes usadas na pesquisa desse método:
“Brain Lock: Free Yourself from Obsessive-Compulsive Behavior” – Jeffrey Schwartz, MD
“When The Body Says No: The Cost of Hidden Stress” – Gabor Maté
“Brain Lock: Free Yourself from Obsessive-Compulsive Behavior” – Jeffrey Schwartz, MD
“When The Body Says No: The Cost of Hidden Stress” – Gabor Maté