Jovens sem propósitos, sem sentido e sem emprego

Nos últimos anos, ouvimos falar frequentemente sobre o problema da educação no Brasil. Alguns políticos chegam a reconhecer que o péssimo desempenho escolar das crianças brasileiras não se deve à falta de investimentos em educação, já que o Brasil é um dos países que mais investem nesta área. Ao apontarem as soluções para esta crise, no entanto, todos terminam falando apenas do dinheiro público: construir mais escolas, aumentar o salário dos professores e até mesmo distribuir dinheiro aos alunos formandos são algumas soluções propostas.

É triste ver que a classe política brasileira, incluindo os ditos conservadores, ainda não se deu conta de que é impossível desligar a chamada “crise da educação” da “crise de pertencimento” que assola a nossa juventude e a sociedade moderna em geral.

Um dos maiores problemas da educação moderna consiste justamente em negligenciar uma das maiores capacidades (e necessidades) humanas: a de pertencer. Como sabemos, o ser humano difere de todos os animais pela excelência do seu intelecto, que lhe permite perceber-se como pessoa e moldar o seu destino conforme suas necessidades e ideias. Desta excelência intelectual provém o desenvolvimento da linguagem e a capacidade exclusivamente humana de julgar com base numa moral, a qual, por sua vez, pode se revelar boa ou ruim mediante a sua capacidade de equilibrar e garantir a existência humana no decorrer da História.

Quando a base moral responsável por orientar o comportamento humano é continuamente atacada, com o objetivo expresso de desconstruí-la, a consequência devastadora é a perda do senso de pertencimento do homem, que dá sentido à sua vida e sem o qual ele se torna incapaz de orientar suas decisões e seu destino em função do porvir. Significa que, privado de uma boa educação, onde o exercício das virtudes é tão importante quanto o domínio das ciências, o homem é incapaz de desenvolver as maiores virtudes que orientam o seu intelecto rumo às decisões que lhe proporcionam uma vida equilibrada e feliz.

A perda do sentido da existência, a falta de propósitos, a confusão mental, o desequilíbrio emocional e a contínua tomada de decisões ruins (ou o medo de tomar decisões em si) são consequências desta terrível falta, a qual podemos identificar em grande parte da juventude atual.

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