O escritor irlandês C.S. Lewis observa que, na antiguidade, quando um pai romano dizia a seu filho que era doce e digno morrer por sua pátria, ele acreditava no que dizia. Ele estava comunicando ao filho uma emoção de que ele próprio partilhava, conforme o valor que ele via numa morte honrada.
O pai estava dando à criança o melhor de si, dando algo do seu espírito para humanizá-lo, da mesma forma como já havia dado algo do seu próprio corpo para gerá-lo.
Os sistemas educacionais modernos, por outro lado, concentrados principalmente no ensino da ciência e da técnica, frequentemente são pensados por pessoas que adotaram o ceticismo e o utilitarismo como filosofias de vida.
Essas pessoas não podem crer que, ao chamar uma morte assim de doce e digna, estão dizendo algo muito importante. Pois a morte não é algo doce num sentido literal e é improvável que as sensações que vão precedê-la sejam doces, mesmo numa analogia.
Por isso, é normal que os novos educadores se empenhem em produzir em seus alunos apenas o sentimento que eles creem que é útil: é útil para todos que os jovens pensem assim.
Enquanto a educação antiga promovia uma iniciação, a nova apenas “condiciona”, diz Lewis. A antiga lidava com os alunos da mesma maneira como os pássaros crescidos lidam com os filhotes quando lhes ensinam a voar;
a nova lida com eles mais como o criador de aves lida com os jovens pássaros — fazendo deles alguma coisa com propósitos que os próprios pássaros desconhecem.
Em suma, a educação antiga era uma espécie de propagação — homens transmitindo a humanidade para outros homens; a nova é apenas propaganda.